Entre os dias 21 e 23 do último mês de junho aconteceu em São Paulo o 2º Congresso Brasileiro de Tricô. A primeira edição foi em 2012, em Curitiba, e eu também estava lá.
Quando digo que existe um congresso de tricô muita gente duvida. Assim como duvida que os participantes do congresso não são apenas velhinhas viúvas e mulheres desocupadas.
Enquanto o Brasil ardia em manifestações, nós estávamos reunidas aprendendo novas receitas, pegando dicas de pontos e arremates, testando novas lãs e agulhas. E quem disse que tricoteira não se manifesta? Muitas aproveitaram que estavam na Rua Augusta, e subiram até a Avenida Paulista para engrossar o coro dos descontentes.
E quem disse que não estamos tricotando por um Brasil melhor? O Congresso também serve para conhecer campanhas de tricoteiras que se movimentam pelo País afora, com projetos solidários que são um exemplo para todos nós.
Tem a Campanha Solidária de Gorros, com doações para um asilo de idosos; a campanha dos quadradinhos de tricô das Irmãs de Lã, que fazem mantas para doar também aos asilos; tem o projeto Adote um Tecedor, idealizado por Gilma Elias, de Brasília, com o intuito de ensinar gratuitamente a arte do tricô a qualquer interessado doando agulhas, fios, seu tempo e seu amor.
Além dos cursos (lotados!) tem ainda a tentação da sala de expositores e patrocinadores do evento.
Os queridos Christovam e Luiz Fernando, da Pintar e Bordar, patrocinaram o curso de boina welting.
Olha como a minha ficou linda!
Os gaúchos da Fazenda Caixa D’Água marcaram presença, e a Novelaria e o Empório das Lãs, nossos conhecidos aqui em São Paulo e cujos produtos são pura tentação, estrearam no evento.
Adorei conhecer pessoalmente o editor da Ambientes e Costumes, e descobrir o “culpado” por eu gastar fortunas com livros todos os meses. (Brincadeirinha, João, eu gasto porque quero e porque seus livros são incríveis mesmo). Além de editar os melhores livros de tricô e crochê, ele também importa excelentes livros.
As novidades no congresso foram esse livro de pequenos projetos para serem tricotados em 30 minutos ou menos…
… e o maravilhoso livro da Rosa Pomar, que tive o prazer de conhecer esse ano quando estive em Lisboa, no Carnaval. A Rosa é uma super estudiosa e pesquisadora do assunto. A obra dela tem informações preciosas sobre a história do tricô português e os pontos utilizados pelos camponeses. Vale muito o investimento!
Conheci também a equipe super simpática da Purafibra, marca brasileira com muita experiência em fios industriais que há alguns anos resolveu investir nos fios para tecelagem manual.
Eles patrocinaram um dos cursos que eu fiz, mas o fio que ganhamos no curso não se compara aos fios que eles têm, como o 100% viscose (perfeito para o verão), mistos de linho e viscose (toque incrível), 100% algodão (cores incríveis). A coleção está maravilhosa. E eles ainda tinham uma amostra do que fazer com os fios. Olha essas xícaras!
Parabéns para a Paola Lazzareschi Nese, engenheira têxtil responsável por essas maravilhas!
E o que dizer sobre o trabalho da Mari Bernauer? Vale muito a pena visitar o site, aqui.
Durante o congresso, participei de três cursos: dois foram com a India Sarti, de Curitiba, uma das integrantes da comissão organizadora do evento…
…e o outro de double knitting com a Marusca Avena, do Tricota Maricota.
Unanimidade geral, India Sarti merece todos os elogios ao lado de suas parceiras Solange Cristiny, Gisele Montenegro e Vera Teixeira, de São Paulo, Lilian Sant’ana, do Rio de Janeiro, e Ana Rosa Accennato, de São Bernardo do Campo. Parabéns a elas pela iniciativa, organização, prestatividade e carinho com que gerenciam o Congresso Brasileiro de Tricô. Mais uma vez foi um sucesso indiscutível!
Acordar às seis da manhã do domingo e sair de casa feliz para aprender a tricotar é um mérito que devemos a você também, India. Já estamos ansiosos pelo próximo!
Leia mais sobre tricô no GP, e saiba como foi a 1ª edição do congresso aqui.